A blindagem do foguete não é suficiente: bombardeados pelos raios cósmicos do espaço, os quatros aventureiros sofrem alteração irreversíveis em sua constituição molecular.
Cada um deles se transforma a seu modo; o cientista que se torna elástico, o rapaz que arde em chamas, o piloto que vira pedra, a mulher que desaparece.
Juntos enfrentarão o destino, protegerão o universo.
Sozinhos. Jamais se completam.
Torna-se invisível não é uma tarefa das mais fáceis. Requer também silêncio, a cada passo. Convém não deixar rastro. Arte feminina: dissimular.
Frágil, ela observa os homens em guerra. Só intervém na hora certa, quando nada mais resta, quando o fogo se extingue, as manobras elásticas já não surtem efeitos e a coisa se complica.
Então, diante de seu poder invisível, que se expande num campo de força capaz de envolver seus companheiros numa redoma protetora, transparente, indevassável.
Ali dentro nada se quebra, ela controla o vazio e pode desaparecer no momento preciso. Mas não de si mesma, do coração partido, perdido nos mistérios de um oceano profundo que não se atinge nem se explica, apenas submerge, oculto em transparências que ninguém é capaz de ver.