Changeling é um filme do gênero drama, suspense e policial dirigido por Clint Eastwood e escrito por J. Michael Straczynski. Baseado em eventos reais que ocorreram na Los Angeles no ano de 1928, o filme é estrelado por Angelina Jolie como uma mulher que reencontra um menino que seria seu filho desaparecido, logo percebendo que ele na realidade é um impostor. Ela confronta as autoridades da cidade, que a difamam como doente mental, e mãe incapaz. Changeling é inspirado no caso real de sequestro e assassinato chamado "
Galinheiro de Wineville". O filme explora a impotência feminina, corrupção policial, abuso infantil e as repercussões da violência. Ron Howard tinha a intenção de dirigir, porém conflitos em seu cronograma o fizeram sair e ser substituído por Eastwood. Howard e Brian Grazer, ambos parceiros na Imagine Entertainment, produziram Changeling junto com Eastwood e Robert Lorenz da Malpaso Productions. A Universal Studios financiou e distribuiu o filme. Straczynski passou um ano pesquisando os arquivos históricos depois de saber do caso através de um contato na prefeitura de Los Angeles. Ele afirmou que 95% do roteiro foi tirado de mais de seis mil páginas de documentos. O roteiro de filmagem foi o primeiro rascunho de Straczynski e seu primeiro roteiro para o cinema. Várias atrizes tentaram conseguir o papel principal; Eastwood escolheu Jolie por achar que seu rosto se encaixava com o período histórico. O elenco também é composto por Jeffrey Donovan, Jason Butler Harner, John Malkovich, Michael Kelly e Amy Ryan. A maioria dos personagens são baseados em pessoas reais, apesar de alguns serem amalgamas de dois ou mais indivíduos. As filmagens começaram em 17 de outubro de 2007 e terminaram em dezembro de 2007, ocorrendo principalmente em Los Angeles e no Sul da Califórnia. O filme foi lançado em 2008. Na pós-produção, várias cenas foram complementadas com horizontes, fundos, pessoas e veículos gerados por computação gráfica.
Changeling é um filme, tenso e poderoso que desperta sentimentos de compaixão, raiva e fúria. Compaixão por Christine Collins que é interpretada por Angelina Jolie e fúria e ódio pela instituição policial e autoridades. O roteiro do filme foi baseado em um caso real e os manipula para que Christine seja uma mãe mais boazinha e o vilão mais malvado. Se você já assistiu este filme, faça uma pesquisa sobre o caso do Galinheiro de Wineville e verá que o filme realmente é uma história difícil de ser comparar com a realidade. principalmente se voltarmos nossos olhares para 1920.
Na trama, Christine Collins, uma mãe solteira em pleno ano de 1920, quando a revolução feminista estava em sua fase embrionária. Ela precisou trabalhar até mais tarde, e ao chegar em casa,não encontra seu filho Walter Collins de nove anos. O caso mobiliza a polícia e a imprensa. No filme vemos uma Angeline interpretando uma mãe que precisa trabalhar e cuidar de seu filho na década de 30 na caótica cidade de Los Angeles, que já era caótica naquela época. E até hoje o mundo todo é caótico. O visual da mãe zelosa Christine Collin muda rapidamente até ver que seu filho se encontra desaparecido. Naquela época a revolução feminina já estava se fecundando e Christine não aceitou de forma submissa o desaparecimento de seu filho. A imprensa, tal como vemos hoje, sensacionalizou esse desaparecimento. Pois Walter não foi o único garoto que estava desaparecido. havia outros casos. A polícia, preocupada não com a mãe que precisa de seu filho, mas sim, com sua reputação em achar crianças desaparecidas, pega o primeiro menino abandonado que veem e entregam para a mãe desesperada. Aturdida, Christine aceita a criança e, logo mais, percebe que realmente o garoto não é o seu filho. Até aqui vemos uma crítica fortíssima contra a incompetência policial e sobre os crimes que passavam desapercebidos. Mas Christine não quer um outro garoto. Ela quer o seu filho. A policia não admite o erro, não acredita em Christine e a faz ficar com a criança. Bom, se você já assistiu "A Troca deve ter uma ideia de porque o garoto aceitou atroca quando os policiais o entregaram para Christine. Não é mesmo?. Agora, no filme, assistimos a uma mulher submissa a seu tempo tentando comprovar o erro da polícia. Christine chora, grita e encarna o esteriótipo da mulher histérica, dando uma maior dramaticidade ao filme. Vemos que, quase toda a instituição policial é corrupta e a criança devolvida à Christine não é seu filho. Nesse ponto, a mãe começa uma jornada contra o polícia para comprovar que não lhe devolveram seu menino, mas alguma outra criança. Somos apresentados a toda falsidade, falta de caráter e má fé das instituições públicas, que insistem em dizer que a criança devolvida é o filho de Christine enquanto a mãe nega o fato com todas as suas forças. Um médico insinuar que Christine não sabia mais ser mãe.
Lembre-se que época se passa o filme e como e qual era o papel da mulher naquela época. Quando a teimosia de Christie começa a incomodar demais, ela é jogada em um sanatório, onde descobre várias outras mulheres internadas apenas por serem problemas para as forças policiais. Podemos notar um extremo machismo nas instituições da época, que a todo custo tentavam subjugar as mulheres. (Hmmm... Pense quando o embrião que já nasceu chegar a sua maioridade!). Percebemos que o filme denuncia o autoritarismo e a arbitrariedade do Estado frente aos cidadãos. A polícia corrupta funciona como um organismo que tenta se manter a todo custo, utilizando-se de seu poder para manter as coisas exatamente como estão. Agora olhe para a nossa realidade em nossos dias atuais e veja a evolução do Estado. Rsssss....*. A trama ganha uma dimensão assustadora quando entra em cena um assassino de crianças. Uma trama paralela virando um jogo de incertezas. A única coisa que permanece inalterada é a força de vontade de Christine Collins na busca pelo seu filho. E ela, internada contra a sua vontade no sanatório. Pois ela não estava louca, assim como algumas mulheres que estavam em sua companhia. Ela transforma-se em uma batalhadora que para de chorar e resolve ir a luta. Com a ajuda do reverendo Gustav Briegleb (interpretado por John Malkovich), a mãe denuncia os abusos à mídia e à justiça, iniciando a caça as instituições corrompidas.
Gostei da atuação de Angelina Jolie, John Malkovich fez um ótimo padre que lutava contra a polícia e seus crimes contra a sociedade.
O desfecho do filme doí e machuca. É angustiante ver Christine em sua busca pelo seu filho desaparecido. Dois anos depois, Christine ainda não desistiu de encontrar Walter. Ela recebe uma mensagem de Northcott dizendo que ele está disposto a contar a verdade sobre Walter se ela visitá-lo antes de sua execução. Ela se encontra com ele, porém Northcott se recusa a contar se matou ou não o menino. Ele é executado no dia seguinte. Mais tardeno filme, em 1935, David Clay, um dos meninos que acreditava-se ter sido assassinado, é encontrado vivo. Ele revela que um dos meninos que estava preso com ele era Walter, que corajosamente voltou para ajudá-lo. David, Walter e outros dois garotos escaparam, porém se separaram. David não sabe se Walter foi recapturado, dando a Christine esperanças que seu filho ainda esteja vivo. O filme é uma excelente crítica que poderia se encaixar perfeitamente nos dias de hoje, por chegar o mais próximo que eu vi de uma mãe que fica louca após o filho ter desaparecido e a qualquer chama de esperança liga para a central.